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Bloco apresentou candidatos por Lisboa

Catarina Martins participou na apresentação da lista do Bloco de Esquerda pelo círculo de Lisboa e não poupou críticas ao recurso a números falsos sobre o emprego por parte do primeiro-ministro. Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares são os primeiros candidatos de uma lista que quer romper com “esta alternância infernal que nunca foi capaz de resolver nenhum problema do país”.

 

Na apresentação da candidatura no cinema São Jorge, Catarina Martins voltou a criticar os números falsos sobre a criação de emprego que o primeiro-ministro atribuiu ao seu mandato.

 

Em relação às mentiras de campanhas eleitorais anteriores, “este governo conseguiu ir um passo à frente e mente despudoradamente sobre a sua governação, enquanto está a governar, com números falsos”, o que Catarina Martins considera “inédito”. “Passos Coelho anda a dizer (veja-se a lata!) que criou emprego, quando a cada dia 220 postos de trabalho são destruídos”, prosseguiu a porta-voz do Bloco.

 

Comentando a ideia recuperada no domingo por François Hollande para instituit um "governo da zona euro" comandado pelos seis países fundadores da UE, Catarina Martins considerou-a "uma ideia absurda, mas tão perigosa", por ter "institucionalizado no debate público que há países de primeira e países de segunda".

 

Catarina Martins também falou da lista que o Bloco apresenta em Lisboa. "Mariana Mortágua encabeça a lista do Bloco de Esquerda por Lisboa e não há ninguém que não saiba que nunca curvou a cabeça quando era preciso enfrentar o assalto dos mais poderosos ao país, seja na Comissão de Inquérito do BES, seja a enfrentar o Governo do país", afirmou. 

 

"O Pedro Filipe Soares, sabem todos como teve no parlamento uma ação consistente, determinada", prosseguiu, destacando as iniciativas que trouxeram a debate parlamentar a “forma como a banca está a esbulhar as famílias afetadas pela crise, pelo desemprego, para pôr o dedo na ferida sobre um resgate que resgata a banca, ao mesmo tempo que famílias perdiam a casa”.

 

“Não seremos uma colónia da Goldman Sachs nem de Berlim ou Bruxelas”

Mariana Mortágua afirmou que o Bloco traz para esta campanha “um debate sério sobre questões duras” e uma coisa garante desde já: “o caminho que propomos não passará por sermos uma colónia da ‘Goldman Sachs', por sermos uma colónia do ministro das Finanças alemão, por sermos uma colónia da Comissão Europeia, por sermos uma colónia de qualquer interesse que não o do povo português",

 

Apresentando uma lista onde “há sindicalistas, há lutadores, há ativistas, há quem não desiste”, a primeira candidata do Bloco por Lisboa diz que o que une os candidatos bloquistas e independentes da lista é "a vontade de estar neste país" e a certeza de que Portugal "está a ser mal governado". "A maior prova de que estamos a ser mal governados é o facto de termos um Governo que só se elegeu com falsas promessas, volta a fazer falsas promessas para se eleger e está de tal forma a precisar de esconder a realidade que entra na tendência para manipular os dados, para esconder os dados do desemprego”, rematou.

 

“Nem PS nem PSD e CDS acreditam numa maioria absoluta”

 

O líder parlamentar do Bloco é o segundo candidato por Lisboa e no seu discurso sublinhou "a chantagem que se antecipa de votos úteis, da necessidade de dar um Governo a ‘A' ou a ‘B’”. Para Pedro Filipe Soares, isso “é pura e simplesmente o mesmo disco riscado que já se ouviu vezes sem conta e que, neste momento, nem eles sequer acreditam".

 

"É verdade que alguns dizem que estamos a discutir um Governo, ou que estamos a discutir um primeiro-ministro - até já há primárias para candidatos a primeiro-ministro - mas não é isso que teremos nas próximas eleições", prosseguiu Pedro Filipe Soares, concluindo que "nem PSD nem CDS acreditam numa maioria absoluta, nem o PS acredita numa maioria absoluta”.