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Francisco Louçã acusa ministro de “manipular” listas de médicos de famílias

O líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, acusou hoje o ministro da Saúde de "manipular" as listas de utentes sem médico de família e de estar a fazer uma "gigantesca fraude administrativa".
Após uma reunião com a diretora dos Agrupamentos dos Centros de Saúde de Cascais, Francisco Louçã confirmou que no concelho 50 mil pessoas que não tinham médico de família passaram a ter, mas outras 50 mil que tinham médico de família foram retiradas dessa lista.
"Podem declarar que toda a gente que não tinha médico de família passou a ter. Isto é uma brincadeira com as pessoas. Nós precisamos de um serviço de saúde que atenda as pessoas, que olhe para as dificuldades, que as acarinhe, que lhes dê conselhos, que as apoie quando elas precisam e o que o ministro está a fazer é uma gigantesca fraude administrativa, jogando com as pessoas como se fossem números", afirmou o líder bloquista.
Louçã frisou ainda que a "trafulhice administrativa" está a generalizar-se na área da Grande Lisboa, já que o mesmo se verifica em Oeiras e Amadora.
"Jogar com as pessoas nas folhas de papel não muda nada na saúde delas. Um Ministério que está disponível para resolver os problemas nas folhas de papel é um Ministério que não se preocupa com a saúde das pessoas. É importante alertar para esta manipulação e mostrar que o Governo tem procedido mal", disse.
Além da "brincadeira" com as listas de médicos, Francisco Louçã acusou ainda o Ministério da Saúde de "falta de respeito" ao contratar fisioterapeutas e enfermeiros a menos de quatro euros e, por isso, considerou "muito importante" a greve dos profissionais na próxima semana.
"Não há rei, nem roque, não há regras, não há respeito nenhum, não há nenhuma prioridade, não há estratégia, não há forma de ver o Serviço Nacional de Saúde e é por isso que a greve dos profissionais da próxima semana é tão importante", sustentou.
O líder do BE reiterou o alerta para uma melhor medicina em Portugal e melhor tratamentos dos profissionais de saúde que se dedicam à pessoas e que, por isso, "não devem ser tratados meramente como números", concluiu.    (lusa)