Solidariedade com os trabalhadores da TAP

Solidariedade com os trabalhadores da TAP

A TAP é uma empresa com importância estratégica para o país. Ela representa cerca de 2% do PIB português, sendo uma das maiores empresas exportadoras. Por ano, compra cerca de 1 200 milhões de euros em encomendas a mais de 1000 empresas portuguesas, muitas delas pequenas e médias empresas. Emprega, diretamente, 10 mil trabalhadores e garante cerca de 100 mil postos de trabalho indiretos. Mas também do ponto de vista de soberania e de coesão territorial a TAP é central no nosso país.

Por estes motivos, uma companhia de aviação civil pública é garante, não só de dinamização da economia e das exportações, mas também da criação de postos de trabalho, de decisão sobre estratégia de rotas e de arrecadação de receitas para o Estado. 

Neste processo de reestruturação apresentado como uma chantagem pelo governo, os trabalhadores serão os que mais sofrem, com milhares de despedimentos no horizonte, cortes de direitos e dos salários.

Ninguém pode duvidar que a reestruturação da TAP, da forma como foi apresentada, significa um novo ciclo de milhares de despedimentos, potencialmente envolvendo outras empresas que operam nos aeroportos como a SPDH/Groundforce, por exemplo, mas influenciando também a perda de centenas de milhares de postos de trabalho indiretos que a TAP cria.

Os trabalhadores da TAP, como todos os outros, não têm responsabilidade na crise, mas poderão ser aqueles que mais a pagam. No caso da TAP, a gestão privada ruinosa também tem um papel neste momento. Infelizmente, o Governo optou por não negociar com os sindicatos e comissões de trabalhadores, optando pela chantagem e pela imposição de despedimentos e cortes salariais.

A luta dos trabalhadores da TAP para travar os planos de destruição da empresa é a luta de todos e de todas. Ganhar essa luta é importante para a TAP e para os seus trabalhadores, mas também para uma vasta área económica do nosso país.

Os trabalhadores da TAP, como muitos outros, contam com a solidariedade e apoio do Bloco de Esquerda nesta luta intensa que se avizinha.

Por isso, a Comissão Coordenadora Distrital de Lisboa do Bloco de Esquerda, reunida no dia 5 de janeiro de 2021 decide solidarizar-se com os trabalhadores da TAP divulgando por todos os meios a sua luta e resistência e, de forma clara, manifestar o seu empenho na luta contra o processo de reestruturação em curso em defesa dos postos de trabalho, pela proibição efetiva dos despedimentos, pela defesa dos direitos e do acordo de empresa e o pagamento integral dos salários.

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Lisboa, 5 de janeiro de 2021

Comissão Coordenadora Distrital de Lisboa do Bloco de Esquerda