Realizou-se no passado dia 6, na Junta da Freguesia de Santa Maria, em Torres Vedras, um debate sobre a “Reestruturação do Serviço Nacional de Saúde” e as suas implicações para a região Oeste, com o deputado João Semedo, do Bloco de Esquerda, e a Comissão de Utentes da Saúde de Torres Vedras.
Embora confessando que não conhecia “em detalhe a situação” do hospital torriense, tudo porque a maioria na Assembleia da República veta sistematicamente as propostas e iniciativas da oposição, alegando que “não havendo decisão, não há discussão”, aquele parlamentar adiantou no entanto que “o que aqui se passa é o mesmo que se passa no resto do país”. Ou seja, “só existe uma preocupação deste Governo, que é reduzir a despesa à custa da saúde dos portugueses”.
“O Governo quer fechar o que não dá lucro e só causa despesa. Só quer é poupar”. Por isso aconselhou a população a “bater o pé” ao desejo do encerramento de alguns serviços no hospital de Torres Vedras, “que as rivalidades das autarquias envolvidas acentuam ainda mais”, frisou.
Da parte da Comissão de Utentes falou Jorge Ferreira, que fez uma resenha desde a criação às iniciativas daquela associação cívica de cidadãos, passando pela organização duma marcha para o dia seguinte (ver notícia na pág. 2), “manifestando o inconformismo da população em relação às medidas anunciadas pelo Governo para esta região”.
Recorde-se que, no contexto das políticas de austeridade em vigor, o Governo prepara-se para fazer uma “reestruturação do Serviço Nacional de Saúde” e é nesse âmbito que, segundo proposta do respetivo ministério, se pretende transformar a urgência médico-cirúrgica do Hospital de Torres Vedras em urgência básica, mantendo-se a urgência médico-cirúrgica nas Caldas da Rainha.
Pretende ainda encerrar a urgência pediátrica e o bloco de partos torrienses, concentrando igualmente esses serviços nas Caldas.